VOCÊ ESTÁ LENDO >> Marcas de moda criam aplicativos exclusivos para gerar vínculo com clientes
POR Zeinab Bazzi | 4 de junho

Grandes marcas estão enxergando a capacidade de novas tecnologias que potencializam o conhecimento de seu cliente final e a interação com ele – e investindo nelas. Como uma forma de conhecer melhor o que querem, quais seus gostos, e fazerem ainda mais parte de seu dia a dia (não somente em seus looks, mas também em sua rotina), gigantes da moda como Nike e Adidas estão lançando aplicativos exclusivos para clientes selecionados, onde estes têm acesso à coleções exclusivas, peças autografadas por famosos, interação com designers e também com outros grandes fãs dos produtos.

Inovação no Varejo de Moda com uso de dados

A inovação no varejo de moda vem em forma de novas comunidades que geram exclusividade para os clientes e dados para as empresas | Foto Franki Chamaki

Em entrevista ao The Business of Fashion, Mark Taylor, presidente de gestão de envolvimento com o cliente, na Capgemini Invent, disse que, ao apelar aos aplicativos, as marcas mexem também com o engajamento emocional e, consequentemente, aumentam seus lucros: “Clientes engajados não somente promovem a empresa entre sua família e amigos, trabalhando como embaixadores da marca, mas também gastarão até o dobro com elas.” De acordo com uma pesquisa feita pela Capgemini, que analisou a fidelidade de um cliente, um aplicativo pode ajudar uma empresa a crescer sua receita anual em 5%.

Além disso, é como se as marcas criassem um espaço que trouxesse uma sensação de intimidade e exclusividade, aplicativos como o da Target comprovam isso: cada designer da empresa tem sua própria conta no Studio Connect, onde podem perguntar aos usuários o que têm em mente. Em contrapartida, Katrina Lake, criadora do aplicativo de estilo pessoal online StitchFix, disse que “há uma diferença entre o que os clientes dizem que querem e o que eles realmente decidem comprar. Como moda e estilo podem ser incrivelmente diferentes é difícil aprender sobre o estilo da pessoa nas primeiras remessas.” Por isso, seu app faz uso de uso de dados coletados de seus clientes, como idade, estilo, compras passadas – isso, ao lado dos algoritmos, facilita na decisão dos designers sobre o que fica e o que sai.

Outros aplicativos, como o da Ralph Lauren, se expandiram e deixaram de estar disponíveis somente a um grupo seleto de clientes. Este também solicita o feedback de novos produtos, o que facilita a empresa para saber de opiniões sobre suas novidades – e, consequentemente, novas ideias sobre o que criar e quais bases manter.

O futurista canadense Doug Stephens fala um pouco sobre essa nova forma de fazer comércio – e interagir com seu cliente: “A pergunta que toda marca deveria estar fazendo é: como podemos identificar nossos clientes mais engajados? E posteriormente, como podemos fornecer para eles uma experiência em outro nível? Vendas não necessariamente contam toda a história sobre interação, e as empresas precisam ser mais criativas em como vão entrevistar conteúdo e experiência exclusiva para seus fãs.”

Os aplicativos já se mostrarão eficazes em tantas outras áreas – como o Uber no setor de mobilidade urbana. Será que esse é o momento para o mundo fashion se render à mais essa tendência e criar um elo mais próximo com seus melhores clientes?



ESCRITO POR Zeinab Bazzi

COMPARTILHAR

COMENTÁRIOS

LEIA MAIS EM Business

20 de março

Pandemia: momento para repensar o varejo de moda

Lições de negócios e criatividade: como o setor fashion iniciou as mudanças no momento de crise

por Guilherme de Beauharnais
10 de fevereiro

Beleza masculina: o mercado que só cresce

Muito mais vaidoso que seus antepassados, o homem do século 21 é marcado principalmente pelo...

por Karlos Ferrera Andreia Meneguete
21 de fevereiro

Betty Catroux, musa de Yves Saint Laurent, ganha exposição em Paris

Museu Yves Saint Laurent Paris inaugura exposição “Féminin Singulier” em homenagem a uma das musas do estilista,

por Guilherme de Beauharnais
5 de outubro

Fashion job: aprendizados de carreira com “Emily em Paris”

Drible os clichês da série e veja como ter alguns insights profissionais com a divertida PR americana

por Andreia Meneguete

ÚLTIMAS POSTAGENS

Arraste para o lado
6 de novembro

Negócios em foco: 7 Reflexões sobre o Mercado de Luxo com Carlos Ferreirinha

Em palestra no Iguatemi Talks, especialista do mercado de luxo traz insights do segmento para qualquer setor

por Brenda Luchese
5 de novembro

As estratégias da Jacquemus para se tornar “queridinha” no mercado de luxo

Entenda como a marca criada por Simon Jacquemus virou fenômeno e se tornou referência do conceito de novo luxo

por Rebeca Dias
5 de novembro

Cases de Luxo: como a Burberry e Gucci se conectaram com novos consumidores

Veja como as grifes de luxo se adaptaram para atender às transformações dos novos tempos e dos consumidores

por Rebeca Dias
5 de setembro

Fure a bolha: chegou a hora do streetwear brasileiro ganhar destaque global

A consolidação da moda de rua brasileira e como designers de marcas nacionais chegaram a showroom em Paris.

por Júlia Lyz
12 de maio

Copenhagen Fashion Week: conheça semana de moda internacional sustentável

Marcas do evento que visa promover a sustentabilidade precisam respeitar ao menos 18 critérios para inscrição

por Rebeca Dias
12 de maio

Onde está a moda inclusiva? Os desafios para encontrar roupas para o público PcD

Especialista sobre o assunta aponta o preconceito como principal fator para a falta de inclusão na moda

por Beatriz Neves
12 de maio

O QUE O SXSW 2023 E O ÚLTIMO PARIS FASHION WEEK TÊM EM COMUM?

Durante o maior evento de inovação do mundo, a inteligência artificial roubou a cena e nos faz refletir o papel da moda

por Giovanna Schiavon
12 de maio

8 Perfis do Tiktok para Acompanhar e Aprender Sobre o Mercado de Moda

Muito além do look do dia e de dancinhas, o Tiktok permite a democratização e acessibilidade aos conteúdos sobre moda

por Ana Flávia Gimenez