VOCÊ ESTÁ LENDO >> Dez anos de Rana Plaza: como evitar outra tragédia no mundo da moda?
POR Rebeca Dias | 30 de abril

Mesmo após desastre, ainda é preciso falar sobre sustentabilidade e questionar as marcas sobre as condições de trabalho

Após dez anos da tragédia, o desabamento do edifício Rana Plaza, na capital de Bangladesh, ainda é considerado o maior exemplo dos reflexos que o descaso da indústria da moda pode provocar. O local abrigava diversas confecções de roupas de forma ilegal e mesmo após denúncias de funcionários de que o prédio apresentava rachaduras, os trabalhados foram obrigados a continuar frequentando o local até o seu desabamento em 24 de abril de 2013.

Trabalhadores da indústria têxtil se mobilizam para maior conscientização e mudanças nas condições de trabalho. (Foto: Getty Images Reprodução)

O desastre deixou diversos mortos e feridos e serviu como um marco para levantar uma série de questionamentos sobre o funcionamento da cadeia de produção das fast fashion e os impactos provocados pelo consumo desenfreado de roupas. Apesar de toda essa discussão, poucas mudanças aconteceram de fato na indústria da moda.

De acordo com um relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho, em 2021, 49.6 milhões de pessoas viviam em situação de escravidão moderna. Diante desse cenário, é preciso que as marcas de fato assumam atitudes mais sustentáveis, preocupadas com os impactos no meio ambiente e com as condições de trabalho das pessoas por trás das produções de roupas.

Transparência das marcas

Segundo o Índice de Transparência da Moda Brasil 2023, divulgado pelo Fashion Revolution Brasil, 67% das empresas analisadas não divulgaram nenhuma informação sobre suas listas de fornecedores. Essa seção foi a que teve maior queda em relação à média geral observada no ano passado, de 21% em 2021 para 18% em 2022.  No âmbito global, foi constatado que 96% das marcas não divulgam a porcentagem ou o número de trabalhadores em sua cadeia de fornecimento que recebem um salário digno para se viver.

Fashion Revolution

O movimento ativista Fashion Revolution nasceu no ano seguinte ao desabamento do Rana Plaza com o objetivo de propor uma revolução na indústria da moda. O Fashion Revolution realiza diversas atividades de conscientização de marcas e profissionais da indústria da moda. Nos dias 22 a 29 de abril de 2023, aconteceu a Semana Fashion Revolution que propõe diversas ações pelo mundo, ao todo o movimento está presente em quase 100 países.



ESCRITO POR Rebeca Dias
Jornalista e mestranda em Linguagens, Mídia e Arte na PUC-Campinas trabalha com moda e comunicação e é embaixadora e voluntária do movimento Fashion Revolution no Brasil.



Jornalista e mestranda em Linguagens, Mídia e Arte na PUC-Campinas trabalha com moda e comunicação e é embaixadora e voluntária do movimento Fashion Revolution no Brasil.


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