O comportamento do consumidor de luxo vem mudando e não é de hoje. Na verdade, ele vem passando por uma (re) evolução. Se antes o luxo estava totalmente atrelado à ostentação, ao excesso e representatividade óbvia de muitas cifras, atualmente tais credenciais ficaram mais do que datadas e hoje o cliente desse universo assume um direcional mais consciente e está totalmente ligado a sensações e experiências únicas e muito personalizadas. Vai além dos produtos que podem trazer esse ou aquele conforto, ou o de se identificar com essa ou aquela classe. As razões para escolher um produto de luxo vão além dos atributos tangíveis e perceptíveis. O que se deseja é aquilo que os olhos não vêm ou aquilo que precisa de uma força das sensações para ter valor. Explicaremos.
Clientes que consomem desejam muito mais que comprar, eles querem diversos diferenciados que ofereçam sensações e conforto. Ter vivências, sensações, prazeres. É um consumo emocional. O consumidor contemporâneo está mais preocupado com o seu bem-estar no sentido literal do que essa palavra pode significar. É o que mostra uma pesquisa recente do Euromonitor, maior empresa em pesquisa de estratégia para mercados consumidores do mundo ao lado do site Business of Fashion, uma das maiores fontes de notícias ligadas ao mundo da moda.
O novo luxo tem como premissa a busca de uma existência mais simples e, portanto, sem ostentação. A palavra “luxo” ganha outros sentidos e, agora, reúne características como valorização de atitude em prol do meio ambiente, utilização do tempo escasso, tranquilidade, segurança, conforto, praticidade, qualidade de vida, respeito à diversidade cultural, compromisso social e lazer com propostas sensoriais e experiências que vão ficar na memória.
UM NOVO JEITO DE AGRADAR: DELIVERY COM FOCO NO BEM_ESTAR
As marcas vêm aprimorando o serviço de delivery, mas (atenção!) agora com um novo jeito de fazê-lo. Sem grandes compromissos, as empresas entregam roupas e acessórios onde o cliente desejar para que ele prove com tranquilidade e devolva o que não quiser comprar. “Hoje em dia o luxo é relativo. Cada indivíduo o vê a seu modo. Para um sobrecarregado presidente de uma empresa, luxo é o tempo”, explicou Fflur Roberts, executiva de bens de luxo da Euromonitor. A alternativa serve como boa opção para entender a clientes cada vez mais ocupados e sem tempo para ir até uma loja física e que também não gostam de fazer compras usando o e-commerce.
Conforto e tempo: marcas entregam roupas onde o cliente deseja e ele escolha com quais peças quer ficar.
“Os novos consumidores querem experiências transformadoras e de acordo com o estilo de vida que têm. E não mais ostentar com coisas materiais. Hoje, o que está na cabeça das pessoas é o bem-estar, a tal qualidade de vida”, afirma a executiva de bens de consumo de luxo da Euromonitor, Fflur Roberts.
Diversos especialistas da área foram unânimes em mencionar o tempo como o bem mais escasso da atualidade. Luxo, nos dias atuais, é ter tempo para si próprio, é poder descansar em lugares tranquilos e confortáveis, é poder usufruir e qualidade de vida.
Sendo assim, pode-se perceber que os artigos de luxo possuem diversos níveis de valores e significados, que variam de acordo com o tempo e a sociedade, já que todos os significados de um objeto resultam da intencionalidade humana.