Foto por Inez & Vinoodh | Reprodução
Vou ter que fazer uma confissão que vai me colocar no vale dos rechaçados e oprimidos: eu acho a Gisele Bündchen bem normal. E não só acho como tenho ainda a ousadia de sair afirmando aos quatro cantos do mundo. Quando falei isso em alto e bom som, eu tinha tantos (bons) motivos que faziam valer essa afirmação. Estava ao lado das minhas musas da vida real. Sabe aquelas mulheres que dão um show de sedução, magia, beleza, inteligência e energia no nosso santo dia a dia? Pois bem, eu sou abençoada por ser rodeadas de amigas que dão um olé na Gisele. E isso é plausível e é aceitável por vários motivos: 1) não conheço a Gisele pessoalmente. 2) fácil ser mito quando você não convive diariamente, então bem tranquilo seguir admirando. 3) quando a sua vida precisa ser uma novela de Manoel Carlos, ela simplesmente o é, certo?
Agora, imagina você que trabalha com moda há dez anos e sabe de todas as manobras de manipulação de imagem, de que as pessoas desse mundo são belas porque têm que ser, que a bunda na nuca faz parte do processo e por aí vai. Corta a cena, vai para a sua vida e vê o que está ao seu redor é tipo muito mais incrível que a Gisele. Sim, eu conheço mulheres que desfilam e dão close no anonimato do cotidiano. Tenho uma amiga que a cada passada – na passarela da vida real – encanta qualquer um à sua volta. De sorriso largo, cabelo esvoaçante e adepta do estilo anos 70s feelings, meu Deus, não tem quem não desejaria ser essa gaúcha. Inteligente, sagaz, doce e provocativa, ela se destaca em qualquer lugar e ainda é generosa em compartilhar a sua sabedoria de vida com todos que a pedem ajuda.
Não paremos por aqui. Tenho mais Giseles na minha vida. Há ainda aquela que no auge dos seus 40 anos exibe um corpo cheio de curvas, dança como ninguém, sabe onde quer chegar e, de quebra, tem um passaporte mais carimbado que angel da Victoria’s Secret. Cansou? Posso falar ainda daquela que já fez musa global (e galã, pode acreditar!) chorar de tanta beleza, carisma e doçura. Ela se desdobra entre reuniões e tarefas diárias para amamentar a sua filha, missão da qual não abre mão, sem deixar a peteca cair e sem uma frota de funcionários à sua disposição.
Ah, isso sem contar que elas dão um show de inteligência e desempenho em suas profissões. Lideram equipes, são reconhecidas naquilo que fazem e mostram que o lugar da mulher pode ser aquele que ela bem entender e desejar. E, para ficar melhor, elas ainda bebem boas doses de Apperol Spritz e saboreiam bons quitutes sem culpa.
Sério, você acha que com mulheres reais como essas eu ficariam exaltando alguém que não conheço e tendo como modelo de ideal algo tão distante e não representativo? Não que eu tenha algo contra a Gisele, muito pelo contrário. Mas simplesmente gosto de valorizar a vida mais real e próxima de mim – e isso contempla pessoas, não tem jeito. E que são tão belas quanto as que vejo nos anúncios de revistas. Ok. Estou pronta para o julgamento.