Não só para quem é da área de moda, o Fashion Revolution é um dos movimentos que deveria ser conhecido por muito – para não dizer todos os cidadãos-consumidores. Considerado o maior movimento ativista de moda do mundo, o mês de abril de 2023 marca 10 anos da tragédia do desabamento do edifício Rana Plaza em Dhaka, Bangladesh, mesmo ano em que o Fashion Revolution foi criado.
O local, que abrigava uma fábrica de tecidos de forma irregular, deixou diversas pessoas mortas e feridas após o prédio com instalações irregulares desabar. O pior: era de conhecimento dos responsáveis pelo imóvel sobre as condições do imóvel, mas o trabalho seguia dia sim e outro também.
Fashion Revolution é um movimento que traz holofote para os problemas da indústria têxtil. (Foto: Reprodução GreenSefa)
PARA NUNCA ESQUECER
O objetivo do movimento, que no Brasil existe desde 2014, é trabalhar para que a moda de fato implemente pensamentos e ações sustentáveis, garantindo a segurança e bem-estar dos trabalhadores e a preservação do meio-ambiente acima do crescimento e do lucro. Como principal atividade, o Fashion Revolution realiza a Semana Fashion Revolution que é uma campanha que acontece no Brasil e no mundo, em memória às vítimas do desabamento do edifício em Bangladesh.
A semana de moda do Fashion Revolution acontece nos dias 22 a 29 de abril, e tem como foco questionar empresas da indústria da moda sobre: “Quem fez minhas roupas?”, com a intenção de dar visibilidade a trabalhadores e exigir do setor mais transparência e ética em suas atividades. O movimento conta com uma série de representantes, embaixadores e voluntários espalhados por todo país.
A IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO
“O movimento faz com que todos repensem a forma de consumir, exigindo uma cadeia de moda mais transparente, limpa, diversa e consciente”, sinaliza Naja Paulino Ribeiro, especialista na área de têxtil e moda, representante do movimento na cidade de Campinas (SP). Além de, representante do movimento, a ativista também já foi aluna embaixadora na FATEC Americana. “O Fashion Revolution mudou a minha vida, porque além de enxergar as roupas de forma diferente, como não deve ser descartável, me mostrou como toda a cadeia deve ser respeitada, como nosso papel como designers e consumidores é importante para mudar o mercado”, explica Naja.
Já Manuela Vaz Rocha conhece o movimento há 6 anos, mas faz parte ativamente há 4 anos. Representante na cidade de Ponta Grossa (PR), integrante do Comitê Racial e da Equipe Educacional do Fashion Revolution, Manuela conta que fazer parte do movimento significa fazer parte da mudança. “É poder inquietar outras pessoas, incentivar outras formas de ver, consumir e compreender a moda”, conta a representante.