Uma das maisons francesas mais renomadas trouxe muitas novidades no último mês de 2021. Na primeira quinzena de dezembro, a Chanel proporcionou mais um desfile Métiers d’Art, inaugurou oficialmente o 19M e, ainda, anuncionou Leena Nair como nova CEO da grife. A executiva da Unilever assume o cargo em janeiro e trabalhará em Londres. Todas essas novidades culminam no grande objetivo da marca que é o de enaltacer e preservar o mercado de luxo como uma forma de produção de arte.
Anunciado em 2019, o 19M tem o objetivo de reunir diversas empresas que são consideradas as principais casas especializadas da divisão Paraffection da Chanel.
Métiers d’Art e a inauguração do 19M
O desfile anual do Métiers d’Art é um dos mais aguardados pela industria. A junção da moda de luxo com o arranjo artístico dos artesãos, oferece aos espectadores dos desfiles peças facilmente comparáveis a artefatos de museu.
No último dia 7, aconteceu o último dessa série que, não somente marcou uma reviravolta arquitetônica da grife por parte da sua diretora criativa Virginie Viard, como determinou a inauguração oficial do 19M. O grande conjunto arquitetônico em formato de triângulo no nordeste de Paris, foi desenhado pelo arquiteto francês Rudy Ricciotti, natural da Argélia. O 19M possui 25 mil metros quadrados e abriga 600 artesãos e talentos criativos e promete ser o berço de grandes criações artísticas e artesanais da moda de luxo.
19M: uma breve contextualização
Anunciado em 2019, o 19M tem o objetivo de reunir diversas empresas que são consideradas as principais casas especializadas da divisão Paraffection da Chanel. Entre estas estão a Lesage Intérieurs e a sua escola de artes do bordado, o atelier Montex e o MTX, o seu departamento de decoração, o sapateiro Massaro, o especialista em plumas e flores Lemarié, o chapeleiro Milliner Maison Michel, o tecelão Lognon, além do departamento criativo da Eres, a linha de roupas de banho do grupo.
O nome do edifícil não é por acaso. O M faz jus a Métiers d’Art. É, também, M de moda, de maison e manufatura, mostrando essa união que a Chanel vem propondo estre os artesãos do grupo. O conjunto arquitetônico está localizado no 19º arrondissement na capital francesa e o 19 está relacionado, também, à data em que Gabrielle Chanel nasceu.
O centro ainda trabalha com mais de 40 marcas que têm diferentes abordagens mas um objetivo em comum: celebrar e dar continuidade ao mercado de luxo francês. Além dos artesões, dentro do conjunto encontram-se alguns executivos, marcas rivais, como a Givenchy, e modernos costureiros como Alexander Vauthier.
A aquisição de diversos fornecedores e a união com artesãos, segundo Bruno Pavlovsky, presidente do grupo Chanel, marca o DNA da maison. Segundo o empresário, o objetivo é sempre a busca de novos recursos, seja em tecidos ou materiais, cuja oferta futura, segundo ele, é “bastante frágil”. De certa forma, as ações tomadas agora têm uma visão a longo prazo.
“Temos pensado em têxteis e tecidos para os quais a sustentabilidade é de grande importância. É muito importante saber onde e quando foram fabricadas as matérias-primas para garantir que os nossos clientes tenham o melhor. E torna-se cada vez mais difícil, seja a caxemira, seda ou algodão”, diz Pavlovsky em entrevista pelo Zoom para a Fashion Network, no início de dezembro.
Ao unir todos esses agentes em um só lugar, o grupo quer dar continuidade ao mercado de luxo, sem deixar de lado a inovação e a sustentabilidade, importante aspector para o futuro da indústria da moda.